mardi 10 août 2010

Conto 2

Coincidências

Afonso dirigia seu carro por uma das ruas mais movimentadas da cidade. Estava feliz, pois sua vida profissional e afetiva não podia estar melhor. Fora promovido a sócio de uma grande empresa. Tinha uma esposa maravilhosa, calma e que cozinhava muito bem. Sua vida sexual era a melhor possível, o que se pode comprovar pelo par de peitos sentado ao seu lado. A garota era cerca de 20 anos mais nova do que ele, o que significa que ele estava “com a bola toda”.

Afonso estava levando a garota para um dos motéis mais caros da cidade. Um lugar onde nunca levara, nem levaria sua esposa, afinal ela nunca gostou dessas coisas.

Diminuiu a velocidade do carro e entrou no motel. Pediu a melhor suíte disponível. Subiram de elevador e desceram no segundo andar. Procuraram pelo quarto 203 e entraram. Ao fecharem a porta a garota correu para a cama e começou a fazer um striptease. Afonso adorava aquilo. Começou a arrancar desajeitadamente a própria roupa, enquanto a garota rebolava em cima da cama tirando a roupa. Quando já estavam nus, Afonso agarrou a garota e começou a beijá-la de modo ardente, até que uma sirene tocou.

Era o alarme de incêndio. Afonso e a garota enrolaram-se em toalhas e saíram correndo do quarto com as roupas nas mãos. Todos os casais dos quartos vizinhos fizeram o mesmo e logo o corredor ficou cheio de pessoas nuas enroladas em toalhas e com várias peças de roupa amontoadas nas mãos.

Os casais gritavam perguntando onde era o incêndio. No meio da bagunça ouviu alguém chamando seu nome. Quando se virou deu de cara com sua esposa. Precisava de uma desculpa urgentemente.

— O que está fazendo aqui, Afonso? – gritou a mulher – Como explica isso?

— Simone, minha querida! – Afonso tentava ganhar tempo – Que prazer em vê-la aqui.

— Deixa de conversa. O que está fazendo aqui? – gritou Simone.

— Assuntos da empresa, minha querida. Negócios, negócios.

— Dentro de um motel? Essa desculpa não vai funcionar hoje.

— Não é uma desculpa. Estou dizendo a verdade, benzinho.

— Enrolado em uma toalha?

— É que deixei cair café na minha camisa e na calça e...

— Afonso, você está em um motel!

Afonso ficou mudo. Era verdade, tinha esquecido onde estava. Precisava pensar em algo melhor e tinha de ser rápido. Já estava quase conseguindo alguma desculpa aceitável quando percebeu que sua esposa também estava no motel.

— Afonso, estou esperando!

— E você, Simone, o que está fazendo aqui? – olhou para as roupas de sua mulher – E com esses trajes?

Simone gaguejou:

— E-eu... Não mude de assunto!

— Não estou mudando de assunto. Estou perguntando: o que faz em um motel enrolada em uma toalha?

— Eu... eu só...

— Vocês vão ficar aí parados? – gritou um homem do outro lado do corredor – O lugar está pegando fogo!

Afonso e Simone gritaram e saíram correndo do prédio junto com outros tantos casais semivestidos.

Quando Afonso chegou em casa, Simone estava terminando de fazer o jantar. Agiram como se nada tivesse acontecido.

Agora, Afonso não faz mais hora extra na empresa e nem Simone demora a preparar o jantar. Passaram a viajar juntos e Afonso leva a esposa aos melhores motéis. Saem freqüentemente e consideram a vida que levam, uma vida feliz. Nunca disseram nada sobre o ocorrido naquele dia.

mardi 3 août 2010

Contagem regressiva....



Agora é só esperar...